Para o acaso das cousas ... e, à saída,
Leva uma crença vaga, indefinida,
De achar o Ideal nalguma encruzilhada ...
As horas morrem sobre as horas ... Nada!
E ao Poente, o Homem, com a sombra recolhida,
Volta, pensando: "Se o Ideal da Vida
Não veio hoje, virá na outra jornada ..."
Ontem, hoje, amanhã, depois, e, assim,
Mais ele avança, mais distante é o fim,
Mais se afasta do horizonte pela esfera.
E a Vida passa ... efêmera e vazia:
Um adiamento eterno que se espera,
Numa eterna esperança que se adia ...
Raul de Leoni
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